1. APRESENTAÇÃO
Por entre vales e montes, vamos subindo por estradas sinuosas deparando-nos com uma infinidade de curvas e contra-curvas. As estradas foram rasgadas circundando os montes, de um lado temos montanha, do outro temos vale, sendo que só esporadicamente temos muros de xisto a separar a estrada do precipício. É de cortar a respiração, já que a paisagem que vamos vislumbrando é de uma beleza inigualável, contrasta entre o verde dos pinheiros mansos e dos eucaliptos, da diversidade do mato e das suas cores alegres que dependendo da época do ano vão mudando, das pequenas hortas que ainda sobrevivem e são muitas vezes o único o pão para esta gente. E a rudeza característica da montanha com terrenos áridos, e cores secas onde o xisto é predominante. Aqui e ali, vemos um ou outro palheiro já abandonado, e polvilhadas nas encostas estão algumas aldeias, cada uma com a sua beleza Moura da Serra é uma dessas aldeias, com o seu próprio encanto, situada num monte da Serra do Açor com uma vista privilegiada.
É uma pequena aldeia do distrito de Coimbra, sendo a mais jovem freguesia do concelho de Arganil, mas contendo uma história de alguns séculos.
Mas a história da aldeia perde-se nos tempos, são poucos, ou quase nenhuns os registos que a relatam. Pelo nome da aldeia, Moura da Serra pode-se verificar que a aldeia deveria ter uma história bastante interessante e com muito para contar.


2.HISTÓRIA

O espaço territorial que compõe a freguesia de Moura da Serra, foi outrora um espaço de exploração mineira. A presença romana em Moura é comprovada pelas moedas romanas descobertas por uma pastora.
Em determinada altura, terão sido justamente as estruturas militares romanas a organizar a exploração de estanho ou ouro existentes, através do muito provável recurso a mão de obra das populações existentes na altura.
Com a reconquista Cristã da religião e a estabilização da fronteira mais para sul, Moura da Serra fica incluída no antiquíssimo Couto de Avô, que mais tarde foi transformado em concelho do mesmo nome, (extinto em 1855). Andanças muitas integraram este couto na mitra episcopal de Coimbra, cujos bispos passaram a denominar-se, por entre outros nomes, como alcaides-mores de Avô.
Desde que o Rei D. Afonso Henriques criou o concelho de Avô, , em favor de D. Urraca Afonso, uma filha bastarda que entrou para a família de Egas Moniz através de casamento, Moura da Serra foi sempre parte integrante do concelho.
Por aqui passaram várias figuras históricas que marcaram o imaginário popular da freguesia e que estão ligadas a façanhas de bandidos e foragidos da lei, principalmente da época das lutas entre Liberais e Miguelistas. Nesse quadro, a figura de João Brandão e os contos sobre os seus feitos assumem particular destaque.
O Monsenhor António Pereira de Almeida é, também uma personagem muito conhecida, na medida em que foi não só o principal reponsável pela criação da freguesia de Moura da Serra, como foi também um hábil conductor de obras importantes para a localidade, de que foi exemplo a ampliação de Igreja Matriz.
Nesta freguesia, contam-se lendas que se baseiam, principalmente, em mouros e tesouros encantados, que aparecem de vez em quando a uma ou outra pessoa. Também surge por vezes como variante, a narração de certos sonhos sobre a localização e a forma de desencantar formidáveis tesouros de ouro maçico, deixados nalguma antiga buraca (mina atribuida aos mouros) ou lugar especial para o imaginário popular. Os contos e estórias relacionadas com bruxas, lobisomens, lobos, demónios e assombrações marcam igualmente um forte presença.
Das lendas sobre os Mouros, e sobre os seus rituais, pouco ficou, talvez os únicos restos da sua vivência sejam algumas grutas que existem na serra, e que se diz que perfuram a serra e vão de uma ponta a outra, (a mais conhecida talvez seja a "Buraca dos Mouros" e também de algumas pedras enormes que existem na serra e que se diz também, que era lá onde se reuniam e tinham as suas assembleias. Assim como a aldeia de Mourísia, o nome, Moura da Serra talvez derive de alguma lenda, talvez de uma fonte que na altura era a única na serra, e que ainda existe, chamada nos dias de hoje. Moura da Serra sempre teve muita água (apesar de só agora aproveitar o que a Serra dá, visto que foram feitos vários furos para a captação da mesma porque houve tempos que a água escasseava, esta foto é a fonte nova), aliás é no alto da serra que nasce um ribeiro chamado Moura, passando ao lado da aldeia e que depois vai descendo pela serra, serpenteando por algumas aldeias tais como Sorgaçosa, Casarias, Barrigueiro, Foz da Moura, Agroal, depois passeia-se nas planícies da localidade de Pomares, onde podemos então desfrutar de uma bela banhoca no Verão, já que a água é muito fria no Inverno, mas também existem pessoas que nem no Verão conseguem molhar-se. É na vila histórica de Avô que se junta ao Rio Alva.
Existem algumas fontes por toda a aldeia, umas para abastecimento de água potável, e outras há que possuem sistemas de distribuição de água por levadas que levam a mesma aos cultivos.

3. A CONSTITUIÇÃO DA FREGUESIA

As terras de Avô, de que Moura da Serra sempre fizeram parte, estão encravadas na serra dura e agreste. Moura é como que o centro destas terras da serra. Pertencia outrora ao concelho de Oliveira do Hospital, mesmo continuando a fazer parte da freguesia de Avô.
Em 1931, foi a primeira representação solicitar ao Bispo de Coimbra que fosse criada na Moura da Serra uma freguesia religiosa.
Mas em 29 de Junho de 1955, foi criada a paróquia, e nesse mesmo ano foi dirigida a primeira petição ao Governo, no sentido de passar também a ser sede de freguesia civil.
Foi, efectivamente, Monsenhor Cónego António Pereira de Almeida, natural de Moura da Serra e presbítero da diocese da Guarda, o principal obreiro de toda esta movimentação, que veio a ter a sua concretização através do Decreto assinado pelo Arcebispo de Coimbra, Conde de Arganil e Senhor de Coja, D. Ernesto Sena de Oliveira, a 3 de Abril de 1961 e pelo Decreto-Lei Nº. 44 453, de 6 de Julho de 1962, assinado pelo Dr. António dos Santos Júnior, Ministro do Interior. A inauguração da freguesia civil, que assim passou a fazer parte do concelho de Arganil, ocorreu a 14 de Agosto de 1962, até essa data Moura da Serra pertencia à freguesia de Avô - Oliveira do Hospital.
A freguesia de Moura da Serra dista cerca de 26kms da sede de concelho e ocupa uma àrea aproximada de 13,42kms2. Moura confronta com as freguesias de Benfeita, Cerdeira, Piodão, Pomares, Teixeira e Vila Cova, do concelho de Arganil.
A freguesia de Moura da Serra tem uma população de 168 habitantes (números do ano de 2001), é a freguesia mais pequena do concelho de Arganil e é constituída pelas povoações de Valado, Casarias, Relva Velha, Parrozelos e Mourisía.

3.1- DECRETO LEI N.º 44 453

MINISTÉRIO DO INTERIOR – Direcção de Administração Política e Civil

“Atendendo ao que representou a maioria absoluta dos chefes de família com residência habitual nos lugares de Moura e Valado, da freguesia de Avô, concelho de Oliveira do Hospital, enos lugares de Mourisía e Casarias, da freguesia de Pomares, Relva Velha da freguesia de Benfeita, e Parrozelos da freguesia de Teixiera, todas do concelho de Arganil, no sentido de ser criada uma freguesia com sede na povoação de Moura, também conhecida por Moura da Serra;
Considerando que a circunscrição a criar constitui paróquia religiosa e possui igreja, cemitério próprio e escolas primárias;
Considerando que tanto as freguesias de origem como a que pretende criar ficarão a dispor de recursos suficientes para ocorrer aos seus encargos;
Considerando que alguns dos mencionados lugares distam das sedes das actuais freguesias entre 6km e12 km, e que as distâncias dos mesmos lugares não excederão 3km;
Considerando que se verificam todas as demais condições referidas no artigo 9.º do Código Administrativo e se cumpriram as formalidades exigidas pela mesma disposição legal;
Usando da faculdade conferida pela 1.ª parte do n.º 2 do artigo 109.º da Constituição, o Governo decreta e eu promulgo, para valer como o lei, o seguinte:


Artigo 1.º - É criada no concelho de Arganil, distrito de Coimbra, a freguesia de Moura da Serra, com sede na povoação de Moura, constituída por territórios desintegrados das freguesias de Avô, concelho de Oliveira do Hostpital, e de Pomares, Benfeita e Teixeira do concelho de Arganil. A freguesia de Moura da Serra é classificada de 3.ª ordem.
Artigo 2.º- Os limites da nova freguesia são definidos por uma linh que, partindo do Cabeço do Pião, avança pelo Carvalhal da Mourisía até alcançar a Fonte do Espinho; prosegue pelo dorso da serra da Carambola até ao Outeiro do vale da Corça, continua até à ribeira de Parrozelos, abrangendo a povoação do mesmo nome; segue pela margem esquerda da dita ribeira, envolvendo, por forma a incluí-la na área da freguesia, a povoação da Relva Velha; desvia-se depois, em direcção ao Alto da Picota e, atingindo este, prossegue até ao sítio conhecido por Rodela; continua pela margem esquerda da ribeira da Mata, inflectindo, depois, e prosseguindo até ao ramal da Moura, no ponto de encontro com a estrada da serra; deste ponto, segue pela referida estrada e pelo Cabeço da Chama até ao Cabeço da Maria Negra, onde se situa um marco geodésico; do referido Cabeço continua em recta, pela margem esquerda da ribeira da Moura, até ao Caratão da Velha; atravessa seguidamente os Calampos, envolvendo o Casal do Vale do Cortiço e a povoação de Casarias, até ao Alto da Tojosa e, ultrapassando este, continua em recta, atravessando a ribeira da Mourisía e subindo pelo Outeiro do Pião, em direcção dao Cabeço do mesmo nome, onde a referida linha teve origem. A Câmara Municipal de Arganil procederá no prazo de 90 dias, a contar do publicação do presente decreto-lei, à colocação de marcos, onde se tornem necessários, de modo a ficarem bem assinalados os limites fixados neste artigo.
Artigo 3.º - A eleição da Junta de Freguesia de Moura da Serra, criada pelo presente decreto-lei, realizar-se-á no dia que for designada pelo presidente da Câmara Municipal de Arganil e serão eleitores os chefes de família da respectiva área inscritos no recenseamento eleitoral das freguesias de Avô, Benfeita, Pomares e Teixiera.
Artigo 4.º - A competência atribuída pelo Código Administrativo ao presidente da Junta no que se refere a eleição será exercida pelo presidente da Câmara Municipal de Arganil.
Publique-se e cumpra-se como nele se contém.

Paços do Governo da Républica, 6 de Julho de 1962


3.2 - LIMITES

Entre N e E: - Junto da Povoação das Casarias, sobe pela Barroca do Vale do Cortiço até ao viso, desce por uma linha de água, na direcção sudeste até à Ribeira da Mourisía que atravessa, subindo pelo Vale da Esculca, até atingir o viso no Pinhal da Ladeira;

Entre E e S: - Do Pinhal da Ladeira, continuando pelo viso, passando pelo Pinhal da Escusa, inflectindo para sudoeste pelo Cabeço do Peão, passa ao cimo da Encosta da Amieira, continuando na mesma, pelo viso até ao marco geodésico de Carambola;

Entre S e W: - Do marco geodésico Carambola continua pelo viso para sudoeste até um ponto dominante inflectindo para WNW por uma linha de festo até um local designado por Malhada da Ribeira, atravessa a Ribeira de Parrozelos, subindo a meia encosta até ao Cabeço da Picota (no marco geodésico do Picoto); desce pela encosta da Mata da Margaraça até a Ribeira do mesmo nome, na direcção norte, passa pelo local designado por Pinhal da Tapadinha, sobe pela encosta a nordeste, passando pelo local de Pinhal das Quintas até ao marco geodésico de Monte Frio;

Entre W e N: - Do marco geodésico de Monte Frio segue sempre o viso, na direcção NNW até ao marco geodésico da Chama, onde inflecte para nordeste pela Lomba do Carvalhal, até ao marco geodésico do mesmo nome; volta, em seguida, para sul, passando pelo Valadinho, Pinhal da Pontinha, até um linha de água até à Ribeira de Moura, continuando até junto das Casarias.

3.3 – ORGÃOS AUTÁRQUICOS ACTUAIS

Junta de Freguesia:
Presidente: Arménio Lopes Costa
Secretário: Armando Afonso
Tesoureiro: Artur Castanheiro João

Assembleia da Freguesia:
Presidente: Joselito Quaresma Almeida
1.º Secretário: Rosa Maria Fernandes Santos
2.º Secretário: Américo Marques Sousa



3.4 – BRASÃO DA FREGUESIA

- Escudo de prata, um castanheiro arrancado de verde, com ouriços do mesmo, abertos de vermelho; em campanha, monte de dois cômoros de negro, movente dos flancos e da ponta. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “Moura da Serra”.



4. HABITANTES, A FESTA ANUAL E SEUS COSTUMES

Os Mourenses são gente de trabalho, que labutam de sol a sol, dedicando-se sobretudo à pecuária e à agricultura, são pessoas simples, e hospitaleiros por natureza.
Outrora, a freguesia era rica em artesanato, principalmente em cestaria, gamelas, peneiras e amoladores. Actualmente restam poucos conhecedores destas artes e os que ainda as dominam já estão infelizmente reformados.
A residir permanentemente na aldeia são à volta de 30 pessoas, mas no Verão é o apogeu já que os filhos regressam à terra para visitarem os seus familiares e amigos (para muitos estas são as únicas férias que têm e a única vez que visitam a aldeia).
As festas realizam-se sempre no segundo Domingo do mês de Agosto em honra do Divino Espírito Santo e as festas têm sempre muita diversão e alegria, música popular, e muita comida.
O prato principal no dia da festa é a carne fresca ou chanfana, (é um dos pratos típicos da região tal como o Arroz de Fressura e os Torresmos), depois para adoçar, uma bela talhada de tigelada cozida no forno, um prato de arroz doce, um coscorel ou uma filhó, e para finalizar uma fatia de pão de ló, tudo regado com um belo tinto vindimado na aldeia. São 3 dias de festa.


5. PATRIMÓNIO



Moura da Serra é dotada de uma igreja singela e acolhedora. A sua fase inicial data do século XVIII. A reconstrução (ampliação) foi concretizada em 1950, com a participação de todo o povo e do já referido cónego Pereira de Almeida. O patrono da freguesia é o Divino Espírito Santo, um culto que só por si atesta a antiguidade dum passado cristão da Idade Média. Talvez uma pequena ermida no seu início. Daí derivaram outras reconstruções medievais, de algumas das quais, o povo teria preservado uma belíssima imagem da Trindade e umas pias (de água benta e baptismal), em calcário, muito provavelmente do século XV. A igreja citada está localizada numa extremidade da aldeia, onde podemos encontrar uma torre com relógio, (onde podemos desfrutar de uma bela vista) e também o cemitério da freguesia. Existe ainda uma pequena capela, dedicada a Santa Filomena localizada numa outra extremidade da aldeia. O Pároco é o Pe. António Lopes da Conceição.
Descendo um pouco, depois da capela, podemos encontrar uma escola do ciclo do ensino básico, que pela primeira vez, este ano está desactivada devido à nova lei decretada pelo governo de fechar as escolas que tenham menos de 5 alunos, pois os 4 alunos que a escola iria ter transitaram para a escola na aldeia da Cerdeira. A escola é composta por uma sala, um átrio de entrada e duas casas de banho, o pátio de recreio é plano e está protegido por um muro a toda a volta.



É também no edifício da escola que está localizada a sede da Junta de Freguesia, onde Arménio Lopes Costa neste momento exerce o cargo de Presidente da Junta.
Junto à escola existe ainda um ringue de futebol de salão equipado com balneários, que pode ser alugado. A inauguração do ringue aconteceu no dia 8 de Agosto de 1987 coincidindo com os 50 anos da comissão de melhoramentos, com mais este melhoramento a comissão pretendeu que a juventude tivesse mais um pólo de diversão e que os jovens tenham condições para passar uns dias de férias agradáveis. É onde todos os Verões se realizam os grandes derbys, SOLTEIROS vs CASADOS.
No centro da Aldeia fica situada o Casa do Povo. O edifício foi construído entre inicio dos anos oitenta, e finais dos anos setenta, inaugurado em 8 de Agosto de 1981 e foi com o apoio de todos os Mourenses que se conseguiu esta grande e importante obra. É um dos principais locais da aldeia visto que é o ponto de encontro para todos os Mourenses, tem um salão enorme onde podemos beber um café, petiscar, jogar cartas, snooker, matraquilhos, ver televisão e dar dois dedos de conversa, está aberto todo o ano. Neste momento, aos Domingos, depois da missa, são servidos almoços, com típica comida portuguesa. O piso superior alberga o posto de saúde e também no mesmo piso existem quartos preparados e que podem ser alugados a quem quiser pernoitar na aldeia. Para mais informações contacte Lurdes Nascimento para o número 235 741 555 ou se quiser saber mais sobre quartos veja as
fotos.
Na outra extremidade da aldeia, existe o único espaço comercial da aldeia, é um local onde podemos comprar mercearia básica e ao lado da mercearia funciona um café que pertence à mesma pessoa.


6. A COMISSÃO DE MELHORAMENTOS

Mas muito do que foi falado aqui se deveu a um grande número de Mourenses (por nascimento ou adopção) já que a consciência social e o bairrismo levava-os a sonhar com uma aldeia melhor e com mais condições de vida. Porque não nos podemos esquecer que há um punhado de anos atrás, Moura da Serra não passava de uma aldeia perdida na Serra do Açor e que por exemplo Lisboa ficava a dezasseis horas de distância. E sonhava-se com projectos tão “luxuosos” como conseguir abrir a porta da sua aldeia através de uma estrada que permitisse a passagem de um automóvel (que não possuíam..), ou com a instalação de um telefone que possibilitasse transmitir ou receber as notícias mais urgentes. Foi então que surgiu a Comissão de Melhoramentos de Moura da Serra, fundada em 15 de Abril de 1937, mas já antes existiam Mourenses que lutavam por uma aldeia melhor.
Esta agremiação regionalista de utilidade pública tinha e tem como objectivos, conseguir a maior solidariedade entre os Mourenses e seus amigos, em qualquer que seja a região do país ou estrangeiro, e também de promover o desenvolvimento da aldeia nomeadamente através da realização de obras que sejam de interesse para a mesma.
Esta comissão foi muito importante para o desenvolvimento da aldeia, já que antes de haver a Junta de freguesia, e mesmo com a Junta, era difícil viver já que não havia condições para ter uma vida decente. Para as pessoas terem uma melhor vida tinham que emigrar, e foram muitos os que o fizeram, França, Canadá, Estados Unidos e principalmente para a região da grande Lisboa foram os principais destinos. Alguns Mourenses, principalmente os que estavam radicados em Lisboa, começaram a reunir-se mesmo em Lisboa para tentar conseguir que a aldeia tivesse algumas condições.
Assim aos poucos foram aparecendo obras importantes na aldeia como por exemplo o aparecimento da energia eléctrica, a construção de novas estruturas viárias e o seu alcatroamento, o posto médico, as redes de abastecimento de água e saneamento básico, a escola com professor, um telefone público. Mas muito mais foi feito, quase sempre suportado total ou parcialmente pelos fundos angariados pela Comissão e com o esforço de homens e mulheres que têm deixado o seu nome ligado a história da nossa aldeia. Mas a comissão não se limitou a fazer obras públicas, também passou por organizar festas, piqueniques, excursões e outros divertimentos.
Hoje por exemplo, é possível utilizar o telemóvel na Moura e, em alguns dias existem até problemas de estacionamento isto era impensável à uns anos atrás. No entanto, infelizmente muito se perdeu ou corre-se o risco de perder. Os interesses individuais justificam a falta de disponibilidade e as quezílias mesquinhas que por vezes acontecem, acentuam a afastamento dos Mourenses relativamente ao pólo de atracção que no passado nos uniu e tanto permitiu realizar – a Comissão de Melhoramentos.